“A Mulher Que Escreveu a Bíblia” ganha reedições no Brasil e no Exterior

Boas histórias nunca morrem, nem mesmo quando quem as escreveu partiu para outro plano. É o caso do escritor gaúcho Moacyr Scliar, cuja obra vem sendo reeditada desde 2023. Agora, é a vez do clássico “A Mulher que escreveu a Bíblia”, de Moacyr Scliar (1937-2011). A Companhia das Letras acaba de lançar uma versão reeditada do livro, vencedor do Prêmio Jabuti de Melhor Romance em 2000. Para lembrar: nessa sátira de costumes, Scliar faz uma abordagem irreverente das Sagradas Escrituras, mesclando com maestria humor, imaginação e narrativa histórica. A obra também foi levada aos palcos pela atriz Inez Vianna. — O livro contém aspectos importantes que perpassam toda a ficção de Scliar: a veia satírica aliada à mais fina erudição, uma certa iconoclastia aliada a um interesse profundo pelas Sagradas Escrituras e a dicção bíblica aliada a um erotismo bastante peculiar — destaca Pedro Schwarcz, editor da Companhia das Letras, no texto de divulgação do relançamento. Os próximos títulos a chegarem às livrarias são “Saturno nos Trópicos” e “Manual da Paixão Solitária”. Scliar também ganha novos leitores no Exterior. A editora norte-americana University of New Mexico Press lança ainda neste ano uma versão em inglês de “A Mulher que escreveu a Bíblia” – ou The Woman Who Wrote the Bible, com tradução de Heath Wing. * Notícia publicada originalmente na coluna de Juliana Bublitz em GZH.

“Max e os Felinos” chega à Dinamarca

* Notícia publicada originalmente por Juliana Bublitz em GZH (22/10/2024) Um dos autores brasileiros mais traduzidos no exterior, Moacyr Scliar (1937-2011) tem um clássico de sua autoria recém-publicado na Dinamarca. A editora Jensen & Dalgaard acaba de lançar Max e os Felinos (Max og kattene, no idioma local). Publicado originalmente em 1981, o romance narra as aventuras do jovem alemão Max Schmidt, que foge da perseguição nazista e acaba dentro de um escaler em alto-mar na companhia de um jaguar. A edição dinamarquesa traz um posfácio escrito pelo próprio Scliar sobre a polêmica envolvendo a denúncia de plágio contra Yan Martell, autor de A vida de Pi (2001). Vencedor do Prêmio Booker, o escritor canadense foi acusado de copiar a história de Max e os Felinos em seu livro, que foi adaptado para o cinema. Apesar das notáveis semelhanças, Scliar nunca processou o colega. Ele ressaltou que a história do menino hindu Piscine Molitor Patel – Pi –, que se salva de um naufrágio com um tigre de Bengala, é diferente da sua. “Mas o leitmotiv é, sim, o mesmo. E aí surge o embaraçoso termo: plágio. Embaraçoso não para mim”, escreveu o autor gaúcho. Após a polêmica, Martell reconheceu, na introdução de seu livro, que se inspirou na ideia de Scliar.

Folha de S. Paulo destaca lançamento do novo site de Moacyr Scliar

* Publicado originalmente no jornal Folha de S. Paulo (13.10.2024)   Confira a nota da coluna de Mônica Bergamo: Moacyr Scliar ganha novo site dedicado à sua biografia e às suas obras Novos conteúdos e seções foram incluídos na repaginação O escritor gaúcho Moacyr Scliar (1937-2011) acaba de ganhar um novo site dedicado à sua biografia e às suas obras. Novos conteúdos e seções foram incluídos na repaginação do domínio moacyrscliar.com, disponível em português e em inglês. Uma página dedicada a youtubers que falam sobre literatura, os chamados booktubers, também foi criada. A ideia é que o espaço abrigue resenhas sobre obras do escritor. Como mostrou a coluna Painel das Letras, mais de dez títulos de Moacyr, que escreveu crônicas na Folha dos anos 1990 até perto de sua morte, estão sendo reeditados. A iniciativa é da Companhia das Letras.  

Obra inspirada no Centauro de Moacyr Scliar será leiloada em apoio ao RS

* Notícia publicada originalmente por Juliana Bublitz em GZH, 29/05/2024 Radicado em São Paulo, o artista plástico gaúcho Claudio Ramires não conseguia dormir, ao ver o Rio Grande do Sul submerso pela enchente. Precisava fazer alguma coisa, mesmo de longe. Angustiado, juntou retalhos de zinco, rebitou as peças na madeira e, num rompante, pintou “Caramelo”, símbolo da resistência sulina na catástrofe climática. Na testa do cavalo, o artista estampou o mapa do Brasil, solidário ao Rio Grande do Sul. Junto de outra obra-prima do autor, chamada “Guedali” (leia abaixo), o quadro será leiloado para ajudar moradores do 4º Distrito de Porto Alegre, onde vem sendo construída a sede do Museu de Arte Contemporânea do Estado (MACRS). O leilão online (no site pestanaleiloes.com.br) será na próxima segunda-feira (3), às 20h, e já está recebendo lances — no caso de “Caramelo”, o lance mínimo é R$ 9 mil. Todo o valor arrecadado será destinado a ações de ajuda à comunidade afetada, por meio da associação dos amigos do museu. Em acrílico e folha de ouro Leiloada para ajudar vítimas das cheias no 4º Distrito, a obra “Guedali” (abaixo) foi inspirada em um dos mais conhecidos livros de Moacyr Scliar, O Centauro no Jardim, musicado por Hique Gomez (é ele segurando o violino). Para Claudio Ramires, autor do quadro, a identificação do centauro com o Rio Grande “é indelével e faz dele quase que um mito fundador da nossa cultura pampeana”. Em acrílico e folha de ouro, a tela vai participar exposições internacionais durante os meses de junho a outubro de 2024, em Andorra, Hamburgo, na Alemanha, e Lisboa, em Portugal. Depois disso, em novembro, será entregue pelo artista ao comprador. O lance mínimo é R$ 52 mil no site pestanaleiloes.com.br.

10 livros para conhecer a obra de Moacyr Scliar, por Carlos André Moreira

E se você tivesse que selecionar dez livros essenciais para que outra pessoa conhecesse Moacyr Scliar? Pois o jornalista e escritor Carlos André Moreira deu a si próprio esse desafio à época do falecimento do autor, recuperando recentemente a seleção no Sler. Junto à lista, Carlos também tece um breve depoimento sobre seu convívio com Scliar na época em que foram colegas de redação no jornal Zero Hora. Uma leitura imperdível que você pode conferir abaixo ou na publicação original diretamente no Sler!   10 LIVROS PARA CONHECER A OBRA DE MOACYR SCLIAR Por Carlos André Moreira Além de ser, claro, leitor das suas obras desde a adolescência (a minha, não a dele), tive a sorte de conviver com Scliar profissionalmente por algum tempo. Primeiro como repórter de Geral em Zero Hora. Colunista do caderno Vida, Scliar era um frequentador constante da editoria, que também abrigava sob seu guarda-chuva a equipe que editava o suplemento. Ele sempre aparecia para discutir o tema de capa do caderno daquela semana de um modo a conseguir ajustar sua coluna ao tópico central – nesse sentido, dizia textualmente que não curtia muito os temas muito abstratos. Ele era um admirador tão fervoroso da ilustradora que trabalhava para complementar suas páginas, Bebel Callage, que não gostava de escrever algo que fosse muito vago e que não tivesse ao menos um elemento concreto para a ilustradora. Pelos seus livros, Scliar sempre passou a impressão de ser um humanista gentil. Nem sempre essa impressão se confirma quando estamos diante de um escritor de carne e osso – e, ao contrário do que achava a galerinha sensível contemporânea viciada em apontar gatilho em tudo, nem acho que seja para confirmar mesmo, a melhor vida de um escritor sempre será em seus livros. Mas em casos raros, o escritor em pessoa corresponde integralmente à impressão que se forma em sua leitura. Era o caso de Scliar, um cara gentil, que não negava conversa e era um grande narrador de causos. Também comentava coisas que havia considerado interessantes na literatura médica que vinha acompanhando (ele insistia que, se o cara decidia tomar café, havia um tipo que devia ser evitado a qualquer custo por ser prejudicial para o coração – infelizmente, não me lembro se era o passado ou o solúvel, e se eu tiver um infarto em breve, vocês saberão que escolhi o errado) Fui parar depois no Segundo Caderno de Zero Hora e depois de algum tempo estava escrevendo sobre livros. Aí meu contato com Scliar se tornou de fato frequente. Viajado e muitíssimo bem-informado, ele sempre aparecia com uma palavra sobre algo que havia visto, lido, perguntava se tínhamos intenção de falar sobre algo nas próximas edições, senão ele mesmo poderia escrever – e escrevia, nunca perdeu um prazo, por mais exíguo que fosse, tinha com a palavra uma facilidade tal que se tornou folclórica. Quando conto essas anedotas, não quero implicar de modo algum que Scliar era meu amigo. Eu o entrevistei várias vezes, falamos muito sobre literatura e, embora ele próprio me tratasse com grande e calorosa familiaridade, continuei chamando-o sempre de “professor”, uma reverência da qual nunca abri mão não apenas para ele como outros grandes veteranos que encontrei pelo caminho. A questão aqui é essa mesmo: Scliar era tão gentil e acessível que podia fazer alguém sentir-se próximo a ele mesmo que o contato fosse apenas profissional. Era uma personalidade calorosa, sempre com uma palavra cordial e elegante. Com a proximidade dessas efemérides programadas para marcar algumas datas redondas de sua trajetória, portanto, me senti inspirado a fazer uma homenagem a Scliar retomando uma essa lista que foi publicada no jornal no dia seguinte ao da morte do autor. Na época, os textos sobre os livros precisaram ser bastante curtos devido a questões de espaço. Achei que valia, portanto, compartilhá-la em uma versão mais extensa e cuidada. Scliar publicou mais de 80 livros em vida, mais de um por ano de vida. Assim, na lista a seguir deixei de fora exemplares de sua literatura infantil e infanto-juvenil, bem como de suas coletâneas de crônicas. As primeiras porque não li tudo o que Scliar fez e não sou o melhor juiz de valor desse tipo de gênero, que tem suas especificidades – eu não tenho mais 10 ou 15 anos e me sinto muito feliz por isso, inclusive. As segundas porque nunca fui muito fã de crônicas em particular, e acho que em uma obra com oito dezenas de títulos, eu preciso abrir espaço para o que considero essencial na obra de Scliar. Se você nunca leu nada dele, certo, vai lá e lê as crônicas. Se você quer ter uma ideia melhor de conjunto, acho que a seleção a seguir é mais produtiva. Em um corpus tão vasto como a obra de Scliar, é uma leitura possível: 1. A Guerra no Bom Fim (L&PM, 1972) Em seu primeiro romance, Moacyr Scliar, já na época aclamado contista, narra uma evocativa história de formação. O menino Joel recorda-se de sua infância nos anos 1940 no bairro judaico do Bom Fim, em Porto Alegre. Scliar empresta da tradição oral e literária judaica o humor agridoce que ele tornaria marca de sua ficção. O centro do romance são as recordações de um menino no Bom Fim quase aldeia, reduto de imigrantes que evoca em cenário diverso o shtetl europeu. A descoberta da maturidade de Joel em meio aos ecos da guerra na Europa dotam o livro de uma atmosfera mágica que mistura as experiências de infância do garoto com o conflito imaginado pelas notícias que chegam da Europa. “As balas zuniam no ar, os Stukas e Messerchimitts roncavam sobre Capão da Canoa“, escreve em certa passagem Scliar, lançando as bases que seguiria dali em diante em sua carreira de romancista. 2. O Exército de um Homem Só (L&PM, 1973) Comunista durante a juventude, Scliar faz do protagonista Mayer Guinzburg, o “Capitão Birobdjan”, sua versão desencantada do Quixote — bem como um símbolo da presença judaica na

Companhia das Letras vai relançar obras esgotadas de Moacyr Scliar

Livros esgotados de Moacyr Scliar em breve voltarão às estantes com páginas cheirando a novas. A partir de setembro, a Companhia das Letras vai colocar em prática um projeto de reeditar obras do escritor gaúcho morto em 2011. Começa com a reimpressão da edição de bolso de A Majestade do Xingu (1987), já prevista para o próximo mês. No primeiro semestre do ano que vem, a obra ganhará versão especial com capa nova, prefácio e posfácio inéditos de autoria dos escritores Paulo Scott e Michel Laub, respectivamente. Outras novidades são uma edição ampliada da antologia de contos batizada de Contos Reunidos (1995), desta vez organizada pela professora de Literatura da UFRGS Regina Zilberman e com previsão de lançamento para o fim do ano que vem, além de uma adaptação em quadrinhos daquela que é considerada a obra máxima de Scliar, O Centauro no Jardim (1980), essa sem data para sair. Demais títulos no catálogo da editora, como Sonhos Tropicais (1992), Saturno nos Trópicos (2003) e Manual da Paixão Solitária (2008), entre outros, devem ganhar reedições com capas novas. Referência nos estudos sobre a literatura de Scliar, Regina afirma que a nova reunião de contos manterá textos que fizeram parte da primeira edição, mas incluirá coisas que o escritor produziu depois. — Nos anos 1990, o Moacyr concordou com a publicação de Contos Reunidos, e o livro teria tudo o que ele considerava importante entre os contos, aquilo que achava melhor. Curioso que, a partir daí, ele não faz outros livros de contos. Mas não deixou de escrevê-los. A nova seleção vai manter os contos já publicados e acrescentar os que foram escritos depois. O próprio Moacyr me mandou vários — diz a professora. Pedro Schwarcz, assistente editorial da Companhia das Letras e editor das obras de Scliar, reforça a importância de relançar obras de um escritor acessível e sofisticado ao mesmo tempo, dotado de uma singular capacidade de misturar história e ficção para construir narrativas engraçadas e também melancólicas. — Scliar mescla o romance histórico com elementos de literatura fantástica, brinca com os mitos formadores de nossa cultura ocidental judaico-cristã. Mistura humor, lirismo, sátira e melancolia. História e ficção se fundem de um jeito conflitante e crítico. É um grande romancista e um grande contista. Merece ser reeditado — pontua Schwarcz. Para Regina, a atemporalidade das temáticas de Scliar são capazes de conquistar gerações após gerações. — O Moacyr tem muito a dizer para qualquer geração, porque os temas seguem atuais. A Majestade do Xingu, por exemplo, retrata os indígenas do Xingu, e isso lá nos anos 1980, quando o debate sobre a questão indígena nem era tão forte. Mas seus livros precisam estar ao alcance do leitor. * Matéria de Karina Dalla Valle publicada originalmente no site de GZH

“O Exército de um Homem Só” em três cenas produzidas pela Prana Filmes

Para comemorar os 50 anos de “O Exército de Um Homem Só”, também preparamos a adaptação de três passagens do livro para o formato audiovisual. A produção é da Prana Filmes, com direção e roteiro de Carlos Gerbase. Estão no elenco: Luiz Paulo Vasconcellos, Roberto Oliveira, Luciana Paz, Mirna Spritzer e Sérgio Lulkin. Abaixo, reproduzimos o depoimento de Carlos Gerbase sobre o processo criativo de adaptação das cenas, que também estão disponíveis logo após o texto. MAIS UM PARA O EXÉRCITO DE BIROBIDJAN Por Carlos Gerbase “Apesar de o romance ter como título ‘O exército de um homem só’, creio que seu autor não pode se queixar do pequeno batalhão de guerrilheiros da cultura responsável pelo vídeo criado para marcar os 50 anos dessa obra tão importante na trajetória de Moacyr Scliar. Recebi, no começo do ano, um telefonema da Judith Scliar pedindo que eu pensasse num vídeo que mostrasse alguma coisa da história do Capitão Birobidjan. Logo lembrei que, na exposição de 2014 no Santander Cultural, tínhamos produzido alguns vídeos com personagens do Moacyr, e entre eles estavam Mayer (futuro fundador de Birobidjan, ainda criança) e sua mãe, interpretada por Mirna Spritzer. Pedi um tempo para reler ‘O exército de um homem só’ e pensar num roteiro para o vídeo. A leitura foi muito divertida. Embora lembrasse bem da personalidade de Mayer, revisitar os detalhes de sua trajetória me fez rir bastante. Eu tinha, é claro, que adequar o roteiro à escala da produção: no máximo dez minutos de duração total e uma diária para gravar. Uma cena que parecia ser obrigatória, lembrada tanto pela Judith, quanto pelo Gabriel Oliven, era a do pai de Mayer fazendo uma consulta maluca com Freud no aeroporto Salgado Filho. Ao reler a sequência, concordei com eles. Era grande demais, ocupando várias páginas, mas fui sintetizando e simplificando algumas ações até chegar numa duração adequada. (crédito das fotos: Carlos Gerbase) O problema é que, com essas duas cenas, a primeira com Mayer criança e a segunda com o pai de Mayer, o próprio Capitão não apareceria. Decidi que era preciso um terceiro episódio, com Mayer adulto. Achei uma cena do livro em que a esposa Leia vai visitar Nova Birobidjan e encontra seu marido, quase demente e solitário, vivendo com um porco, uma cabra e uma galinha. Tinha o tamanho certo, era divertida e fazia um espelho bacana com a cena inicial, porque envolvia a submissão de Mayer a uma figura feminina (e judaica, é claro), que o força a comer. Enviei a proposta de roteiro para a Judith e o Gabriel e, depois de pequenos ajustes, estava aprovada. Era a hora de aumentar o exército. Escalei os atores que me pareceram adequados para os personagens: Roberto Oliveira (pai de Mayer), Luiz Paulo Vasconcellos (Freud), Sérgio Lulkin (Mayer) e Luciana Paz (Leia). Enviei o roteiro e expliquei o projeto. Eles toparam na hora. Marquei um ensaio pra gente afinar o estilo de interpretação. Talvez nem precisasse. Ali sobra talento e experiência. Minha equipe foi pequena, mas muito eficiente: Alexander Desmouceaux (fotografia e edição), Cleverton Borges (som direto), Anelisa Teles (figurinos) e Baby Marques (maquiagem). No dia 14 de junho, gravamos tudo, com um fundo verde, depois ocupado por cenários virtuais. Creio que o resultado corresponde ao que a Judith, o Gabriel e eu pensávamos desde o início. Para os leitores de Moacyr Scliar, que com certeza são também fãs do Capitão Birobidjan, reencontrar aqueles personagens, mesmo que apenas por alguns minutos, é uma maneira lúdica de homenagear um autor que gostava de brincar e de se divertir com suas histórias, o que nunca ameaçou seu rigor estilístico. Para mim, que li “A Guerra no Bom Fim’, “O exército de um homem só” e “Os deuses de Raquel” quando dava meus primeiros passos na literatura e no cinema, será sempre um prazer dialogar com a obra deste grande escritor. Quem sabe, um dia, a gente consiga seguir adiante e, mesmo com um exército pequeno, brincar com outros personagens e outras histórias.”   Assista às três cenas:

PUC-SP homenageia Moacyr Scliar com minicurso sobre “Manual da Paixão Solitária”

(crédito da foto: Programa de Literatura e Crítica Literária / PUC-SP) No último mês de junho, o Programa de Estudos Pós-Graduados da PUC-SP homenageou Moacyr Scliar com o minicurso “Manual da Paixão Solitária: diálogo entre Literatura e Teologia”, ministrado pelo Professor Leonardo de Souza. São duas aulas de aproximadamente 80 minutos cada que analisam esse romance vencedor do prestigiado Prêmio Jabuti. No livro, Scliar revisita uma passagem extraída do Gênesis que relata a sina do patriarca Judá e de seus três filhos, unidos pelo antigo costume do levirato a uma bela jovem chamada Tamar. Assim como em outros livros, o autor, mais uma vez, reinterpreta um texto bíblico com o intuito de discutir a condição humana. Aproveitem!