Scliar nos 50 anos do 2º Caderno da Zero Hora

Conheça pessoas que preservam a beleza da escrita no RS

A caligrafia e a máquina de escrever são parte do amor cultivado no tempo. Clique na imagem abaixo para assistir a reportagem abaixo: Fonte: Jornal do Almoço
Documentos e manuscritos de Moacyr Scliar estão disponíveis para leitura na internet

Acervo digital foi disponibilizado no site do Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS Publicado por Zero Hora, em 10/06/2015 Além da referencial e volumosa obra que o consagrou como um dos mais importantes escritores do Brasil, Moacyr Scliar (1937 – 2011) deixou como legado de sua profícua produção literária manuscritos, datiloscritos e registros diversos agora disponíveis para consulta virtual. Desde a terça-feira (9/6), o site do Delfos – Espaço de Documentação e Memória Cultural da PUCRS (delfosdigital.pucrs.br) apresenta cerca de 800 documentos digitalizados pertencentes ao acervo do autor gaúcho. – O livre acesso a este material é muito valioso para estudantes e pesquisadores – diz o professor Ricardo Araújo Barberena, coordenador executivo do Delfos. – A digitalização em alta definição permite que os textos sejam impressos. Em termos de volume, o acervo digital do Scliar está entre os maiores disponíveis hoje no Brasil. O processo de digitalização do material teve início em 2013, em uma iniciativa que contou com o envolvimento de Judith Scliar, viúva do escritor e doadora de boa parte do material. No começo dos anos 2000, o próprio Scliar já tratava com a PUCRS para que o Centro de Memória Literária da Faculdade de Letras da universidade fosse depositário de seus documentos. No total, mais de 8,6 mil páginas de manuscritos e datiloscritos do escritor estão sob os cuidados da PUCRS. E são reveladores da compulsão do autor pela escrita, prazer que exercitava tanto na máquina de datilografar quanto nas anotações em pedaços de papel (veja destaques do acervo abaixo). O site do Delfos disponibiliza, além de material referente às obras literárias de Scliar – como o processo de criação de livros como O Exército de Um Homem Só–, correspondências, recortes de jornais e anotações variadas. A busca pode ser por data, assunto, título e tipo. – Ficaram de fora apenas originais nunca publicados, em respeito à vontade de Scliar – destaca Barberena. Entre os textos mais antigos digitalizados, estão o conto datilografadoPedacinhos de Infância, datado de 1952. No segmento de recortes, com colaborações de Scliar na imprensa desde meados dos anos 1950, está o contoHora Certa, publicado em Zero Hora no dia 12 de setembro de 1987. Com o acervo digital de Scliar no ar, o Delfos, localizado no 7º andar da Biblioteca Central da PUCRS, prepara para os próximos meses o lançamento do espaço virtual dedicado a Caio Fernando Abreu. Alguns destaques do acervo digital – Diferentes versões de A Guerra no Bom Fim – Manuscrito original de O Exército de um Homem Só – Datiloscrito original de O Centauro no Jardim – Eu vos Abraço, Milhões – Documento digitado com correções ao longo do texto do romance – Roteiro manuscrito e originais da novela Os Voluntários
Clube de Cultura completa 65 anos buscando se manter à altura da própria história

Reportagem de Zero Hora aborda os 65 anos de fundação do Clube de Cultura e a inspiração na obra de Moacyr Scliar. O Capitão Birobidjan é o personagem principal do já clássico O Exército de um Homem Só, de Scliar. Corajoso, solitário e utópico, Birobidjan é uma fantasia inspirada em Henrique Scliar, o “tio Henrique” do escritor. No mundo fantástico da literatura, o Capitão almejava construir um Palácio da Cultura. No mundo real, e por que não fantástico da Porto Alegre dos anos 1950, Henrique Scliar foi o idealizador e um dos fundadores do Clube de Cultura. Espaço no Bom-Fim mantém-se na ativa, mesmo necessitando de apoio para tocar reformas e projetos Por: Airan Milititsky Aguiar * e Rafael Kruter Flores ** Mestre em História pela PUCRS e presidente do Clube de Cultura ** Secretário do Clube de Cultura Capitão Birobidjan é o personagem principal do já clássico O Exército de um Homem Só, de Moacyr Scliar. Corajoso, solitário e utópico, o Capitão Birobidjan é uma fantasia inspirada em Henrique Scliar, o “tio Henrique” do escritor. No mundo fantástico de Scliar, o Capitão almejava construir um Palácio da Cultura. No mundo real, e por que não fantástico da Porto Alegre dos anos 1950, Henrique Scliar foi o idealizador e um dos fundadores do Clube de Cultura. O Clube de Cultura foi fundado em 30 de maio de 1950 por 14 judeus progressistas, determinados a criar um espaço para atividades artístico-culturais que não encontravam acolhida nos lugares já consagrados da cidade. A atual sede, no número 1.853 da Rua Ramiro Barcelos, foi inaugurada em 1958. Nos anos 1950, realizaram palestras e exposições no Clube nomes como Graciliano Ramos, Jorge Amado, Aparício Torelli (o Barão de Itararé), Carlos Scliar, Danúbio Gonçalves e Vasco Prado. Naquela época, grupos de teatro judaico-progressistas de países e Estados vizinhos realizaram apresentações em ídiche. A comemoração do aniversário, em 1961, contou com a participação de Elis Regina. O Centro Popular de Cultura da UNE apresentou o Auto dos 99%, texto que embalava as discussões sobre a reforma do ensino superior. Fez-se presente também o Teatro de Arena com a peça Revolução na América do Sul, de Augusto Boal, bem como com palestras de Vianinha. A sétima arte não ficou de fora. O memorável Clube de Cinema de Porto Alegre somou P. F. Gastal a Jacob Koutzii. A tradição do canto popular, vinda do Leste Europeu, foi consagrada na regência do coral por Esther Scliar. Em 1962, o Clube de Cultura, então restrito a membros da comunidade judaica, abriu suas portas à comunidade mais ampla. O grupo de teatro do Clube encenou A Prostituta Respeitosa, de Sartre. Nos embalos do novo ritmo brasileiro, organizou o espetáculo Bossa 64. Com o advento do golpe militar, o Clube perdeu muitos membros, mas se manteve ativo tendo à frente, além de Henrique Scliar, Hans Baumann, André Paulo Franck e Salomão Schwartz. O símbolo da resistência era erguido mais uma vez, denunciando o regime de exceção. Apesar de todas as adversidades oriundas da repressão, a vida do Clube se manteve intensa. Especial destaque para a montagem teatral dos “redescobertos” textos de Qorpo Santo. O Grupo de Teatro do Clube de Cultura recebeu prêmios por essa montagem, inédita, e consagrou Qorpo Santo como um expoente da literatura brasileira. Ainda nos anos 60, a Frente Gaúcha de Música Popular, formada por Raul Ellwanger, Edgar Pozzer, Cezar e Paulo Dorfman, Cláudio Levitan, entre outros, buscava romper as cadeias da indústria cultural. Nos anos 70, Carlos Gerbase e Jorge Furtado organizaram oficinas de cinema. Nos anos 80, a Cooperativa de Música de Porto Alegre – Coompor – badalou o Bom Fim com o projeto Coompor Canta Lupi. Dali saíram grandes nomes da cena local como Nelson Coelho de Castro, Bebeto Alves e Gelson de Oliveira. Caio Fernando Abreu, Luciano Alabarse e Carlinhos Hartlieb montavam e estreavam os textos de Caio no auditório Henrique Scliar. Nele estreou Nei Lisboa. O Auditório Henrique Scliar, homenagem em vida a um dos idealizadores do Clube, não está mais em condições de receber grandes eventos culturais. O Palácio do Capitão necessita ser reformado. Mesmo assim, mantém suas portas abertas realizando atividades como saraus, palestras, cursos, debates, apresentações musicais e de cinema. Além disso, funciona de segunda a sábado o Restaurante Midbar, com gastronomia inspirada no Oriente Médio. Um dos projetos para o futuro é a organização de uma biblioteca. O Clube conta com um acervo importante de seus antigos membros e doações diversas. O acervo deverá ser catalogado e disponibilizado em uma biblioteca que funcionará também como sala de leitura e estudos. Outro projeto que anima os atuais membros da entidade é a reedição da Kinderland (em ídiche, mundo da criança). A ideia é equipar uma sala para criar um espaço de convívio para crianças. Mas o mais importante e fundamental projeto é a reforma do Auditório Henrique Scliar. Palco de grandes acontecimentos culturais da cidade, o espaço tem enorme potencial de uso para a cultura local, mas está desativado. Para tanto, a diretoria do Clube vem tentando viabilizar financiamento via lei de incentivo e parcerias. Neste 30 de maio, o Clube completa 65 anos de existência. Com períodos de mais ou menos intensidade e de diferentes formas de inserção na vida cultural da cidade, o Clube de Cultura resiste, há 65 anos, por sua capacidade de reinventar-se. Reinventa-se, mas mantém o propósito que animou seus fundadores: abrir espaço para atividades culturais que não encontram acolhida nos espaços convencionais de cultura da cidade. É um lugar de utopias, esperança e cultura. O Clube de Cultura está vivo e resiste, no coração do Bom Fim. Assim como o Capitão Birobidjan. Fonte: Zero Hora
Passado, presente e futuro se unem nas crônicas do Acadêmico

Judith Scliar, viúva do Acadêmico, médico e escritor Moacyr Scliar, falecido em 27 de fevereiro de 2011, convida para que se visite o link www.moacyrscliar.com/cronicas, onde, todos os sábados, a partir de amanhã, dia 21 de março, será postada uma crônica do escritor, publicada nos jornais Zero Hora e Folha de S. Paulo. Os interessados poderão visitar também a fan page do autor (www.facebook.com/MoacyrScliarOficial). O leitor terá a oportunidade de revisitar o passado, o presente, e o futuro, que se unem nas crônicas de Moacyr Scliar. De acordo com o a viúva do Acadêmico, “a crônica é um capítulo à parte na carreira dele”. Disse, ainda, que, a partir dos anos 70, Scliar dedicou-se com afinco a esse gênero, com presença constante nos jornais de grande circulação. “De 1973 a 2011, escreveu semanalmente para o jornal Zero Hora sobre temas cotidianos, saúde, bem-estar e atualidades, Em 1993, passou a assinar uma coluna na Folha de S. Paulo, criando histórias de ficção sobre fatos reais”. O espaço dedicado às crônicas de Scliar será abastecido toda semana por um texto diferente, extraído de seu trabalho na imprensa e de coletâneas já publicadas. “Com seu olhar aguçado, o autor usa como matéria-prima detalhes do cotidiano, sempre permeado pelo humor”, afirma Judith Scliar. A primeira crônica a ser postada no link recebeu o título de “Escrevendo o futuro” e foi publicada no jornal Zero Hora de 26 de dezembro de 1999. Saiba mais Sétimo ocupante da Cadeira nº 31, eleito em 31 de julho de 2003, na sucessão de Geraldo França de Lima, Moacyr Scliar nasceu em 23 de março de 1937 e faleceu em 27 de fevereiro de 2011, em Porto Alegre, aos 73 anos. Em 1962, formou-se em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Especialista em Saúde Pública e Doutor em Ciências pela Escola Nacional de Saúde Pública exerceu a profissão junto ao Serviço de Assistência Médica Domiciliar e de Urgência (Sandu). Foi professor visitante na Brown University (Department of Portuguese and Brazilian Studies) e na Universidade do Texas (Austin), nos Estados Unidos. Frequentemente, era convidado para conferências e encontros de literatura no país e no exterior. Seu primeiro livro, publicado em 1962, foi Histórias de Médico em Formação, contos baseados em sua experiência como estudante. Em 1968 publica O Carnaval dos Animais, contos que considerava de fato sua primeira obra. Autor de 74 livros em vários gêneros: romance, conto, ensaio, crônica, ficção infanto-juvenil, escreveu, também, para a imprensa. Obras suas foram publicadas em muitos países: Estados Unidos, França, Alemanha, Espanha, Portugal, Inglaterra, Itália, Rússia, Tchecoslováquia, Suécia, Noruega, Polônia, Bulgária, Japão, Argentina, Colômbia, Venezuela, Uruguai e Canadá. Teve textos adaptados para o cinema, teatro, tevê e rádio, inclusive no exterior. Foi, durante 15 anos, colunista do jornal Zero Hora, onde discorria sobre medicina, literatura e fatos do cotidiano. Colaborou com a Folha de S. Paulo desde a década de 90. Moacyr Scliar é considerado um dos escritores mais representativos da literatura brasileira contemporânea. Os temas dominantes de sua obra são a realidade social da classe média urbana no Brasil, a medicina e o judaísmo. Fonte: Academia Brasileira de Letras
Os 15 melhores romances brasileiros do século 21

Rodolfo Viana, no Brasil Post Neste momento, Chico Buarque e Augusto Cury são os dois únicos escritores brasileiros entre os 20 mais vendidos na categoria ficção em 2015. De acordo com o PublishNews, que monitora a vendagem de 12 cadeias de livrarias, “O Irmão Alemão”, de Chico, é o terceiro livro de ficção mais vendido nos 42 primeiros dias deste ano , com 19.304 exemplares. “Felicidade roubada”, de Cury, aparece na oitava posição, com 8.076 cópias. Ao olhar a lista, nota-se a quase hegemonia de romances “água com açúcar” e literatura erótica. Gayle Forman, John Green e E.L. James reinam soberanos na leitura dos brasileiros, hábito este que sempre é posto à prova: é comum a gente ouvir que “o brasileiro não lê”. Talvez seja esta a realidade. A última edição do estudo Retratos da Leitura, de 2012, revelou que o brasileiro lê apenas quatro livros por ano — e dos quatro, chega ao fim de apenas dois. Este cenário, contudo, pode estar mudando: os primeiros resultados do Vale Cultura mostraram que, entre janeiro e junho de 2014, dos R$ 13,65 milhões consumidos pelos portadores dos mais de 215 mil cartões do programa, 88,01% (aproximadamente R$ 12 milhões) foram destinados à aquisição de livros, jornais e revistas. Para que o brasileiro leia cada vez mais — sobretudo literatura produzida no País — o Brasil Post fez uma lista dos 15 melhores romances brasileiros publicados nos 15 primeiros anos do século 21. A seleção foi feita com base em premiações e na escolha do editor do portal. Eles não estão em ordem alguma — e certamente não são os únicos romances que merecem ser lidos. Tome a lista como uma bússola da produção literária neste século e boa viagem! 1) Cinzas do Norte’, de Milton Hatoum 2) ‘Vista Parcial da Noite’, de Luiz Ruffato 3) ‘Eu Receberia as Piores Notícias dos seus Lindos Lábios’, de Marçal Aquino 4) ‘O Filho Eterno’, de Cristovão Tezza 5) ‘Órfãos do Eldorado’, de Milton Hatoum 6) ‘O Drible’, de Sérgio Rodrigues 7) ‘K. – Relato de uma Busca’, de Bernardo Kucinski 8) ‘Se Eu Fechar Os Olhos Agora’, de Edney Silvestre 9) Opisanie Świata’, de Veronica Stigger 10) ‘Nove Noites’, de Bernardo Carvalho 11) ‘O Movimento Pendular’, de Alberto Mussa 12) ‘Sinfonia em Branco’, de Adriana Lisboa 13) A Chave de Casa’, de Tatiana Salem Levy 14) ‘Manual da Paixão Solitária’, de Moacyr Scliar Em muitas passagens, a Bíblia poderia ser uma novela de TV. Por exemplo, o capítulo 38 do livro Gênesis trata do patriarca Judá e de seus filhos Er, Onan e Shelá: todos eles se envolveram com a bela Tamar. Este é o ponto de partida de ‘Manual da Paixão Solitária’, que trata de um grupo de especialistas que estudam esta passagem bíblica durante um congresso. Apesar de jazer no Velho Testamento, o evento de Judá e de seus filhos com Tamar respinga nos dias de hoje, posto que a condição humana é única e todos temos paixões irrefreáveis que sempre brigam com nossos preceitos morais. 15) ‘Vozes do Deserto’, de Nélida Piñon Fonte: Livros Só Mudam Pessoas
Lançamento da página especial da exposição Moacyr Scliar – O Centauro do Bom Fim

A partir de hoje, convidamos todos a visitar a página sobre a exposição Moacyr Scliar – O Centauro do Bom Fim, que acabamos de lançar no endereço: www.moacyrscliar.com/exposicao É um espaço que descortina o universo mágico de um dos maiores nomes da literatura brasileira. Durante dois meses, a mostra retratou a vida e a obra do escritor gaúcho em uma área de 900 metros quadrados no Santander Cultural, em Porto Alegre. Repleta de recursos digitais e interativos, fotografias e réplicas de objetos, a exposição foi dividida em 10 ambientes, que contaram a história de Scliar a partir da vinda de sua família para o Brasil. A infância no Bom Fim, a carreira médica, a vida em família, os livros e personagens do autor ganharam vida novamente. Foi o evento cultural do ano em Porto Alegre. Um público recorde de 103 mil pessoas marcou presença na exposição entre os dias 16 de setembro e 16 de novembro de 2014. Outros 10 mil alunos puderam conferir a mostra através de visita guiada. Esta página é um espaço de reencontro, dedicado a reviver esses momentos que iluminaram a cena cultural na cidade. Os links incluem vídeos, fotos, depoimentos, reportagens e uma série de eventos paralelos. A mostra foi idealizada por Gabriel Oliven e por mim, com a curadoria de Carlos Gerbase. Um grande abraço, Judith Scliar e equipe organizadora
Moacyr Scliar e suas múltiplas identidades, no Santander Cultural

O rabino Nilton Bonder, doutor em Literatura Hebraica pelo Jewish Theological Seminary fala sobre a atuação de Moacyr Scliar nas diversas áreas a que ele se dedicou. Serviço: 13 de novembro às 20 horas Palestrante: rabino Nilton Bonder Local: Átrio do Santander Cultural Acesso pela Rua Siqueira Campos, 1125 Centro Histórico – Porto Alegre/RS Acesso por ordem de chegada. Sujeito à lotação do espaço.