Livros de Moacyr Scliar são lançados em seis países

Um dos autores brasileiros mais lidos no Exterior, o porto-alegrense Moacyr Scliar continua tendo suas obras lançadas mundo afora. As mais recentes: Geórgia – “Os Leopardos de Kafka” Kuwait – “Os Leopardos de Kafka” França – “Os Deuses de Raquel” e, em breve, “O Ciclo das Águas” Eslovênia – “Max e os Felinos” Estados Unidos – “Éden-Brasil“, em breve República Tcheca – “A Mulher Que Escreveu a Bíblia“ As informações são da sua agência literária, que fica em Frankfurt, na Alemanha. Scliar morreu em 2011, aos 73 anos. Deixou mais de 80 obras escritas. * Notícia publicada originalmente no jornal Zero Hora em 24 de julho de 2019.
Julinho: conheça a história da biblioteca que tem Moacyr Scliar como patrono

O Colégio Estadual Júlio de Castilhos completa 119 anos neste sábado (23). Nesta já longa história, estão inscritas muitas outras, pessoais ou coletivas. Uma delas é a da biblioteca do Julinho que, em 2011, recebeu o nome de Biblioteca Moacyr Scliar. Scliar foi um dos mais ilustres ex-alunos do colégio. Médico e grande escritor gaúcho, destaque na cultura nacional, nasceu num dia 23 de março, em 1937, há 82 anos. Algum tempo depois, no final dos anos 1940 e início dos anos 1950, adolescente, foi aluno juliano. Com colegas, vivenciou o incêndio do antigo prédio, em novembro de 1951. Não raro, como expressão de seu afeto pelo colégio, Scliar ia ao Julinho falar aos estudantes. Este afeto transparece nas crônicas que escreveu para as coletâneas publicadas sobre essa história. Ele registra em uma delas: “Passei no Júlio quatro anos, mas foram quatro anos de emoção”. Em outra, afirma: “Ser juliano (todos os que o são ou foram sabem disso) não quer dizer apenas que a pessoa cursa ou cursou o Colégio Estadual Júlio de Castilhos. Ser juliano é uma condição de vida.” Ao comemorar o aniversário do colégio, é pertinente registrar a importância da biblioteca do Julinho, a maior dentre as existentes em escolas públicas estaduais gaúchas. É uma forma de reverenciar, também, o nome de seu patrono. A primeira biblioteca foi constituída na inauguração do primeiro prédio próprio do colégio, em 1911, na Avenida João Pessoa. Após o incêndio da escola e, em consequência, também da biblioteca, os alunos ficaram por quase sete anos tendo aulas em outras salas, sobretudo no Arquivo Público, onde não dispunham de biblioteca, fazendo uso da Biblioteca Pública. O atual prédio, projeto de Demétrio e Enilda Ribeiro, foi inaugurado em 28 de junho de 1958. Nele, a biblioteca foi contemplada com um espaço nobre, na entrada, à direita, onde hoje se encontra o Serviço de Orientação Pedagógica. O tempo, o aumento e a qualificação do acervo da biblioteca, bem como o grande número de alunos que a ela recorriam, exigiu duas mudanças no “endereço” dela dentro do colégio. No início dos anos 1970, a biblioteca ocupou a área que, no projeto original, seria o auditório. Mais tarde, na mesma década, concluído o bloco B, foi levada ao seu espaço atual, no mesmo andar destinado a laboratórios e a salas especiais, como a do museu do colégio. Toda biblioteca é, primordialmente, lugar de leitura. Mas a do Julinho é mais do que isso. Ali surgem projetos que valorizam o tempo de estudos na escola. Organizados pelas responsáveis pelo atendimento, em parceria com professores, e com a colaboração de estudantes, tais iniciativas resultam em saraus literários, encontros com autores convidados, exposições, escambo de livros, concursos, rodas de discussão sobre textos lidos, palestras, etc. A Fundação de Apoio ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos, instituída há quase 20 anos, vê a biblioteca como um setor que merece máxima atenção. Por isso, tem procurado suprir suas necessidades. A compra de livros é prioridade. Assim, a aquisição de novos títulos para a formação de professores e para os estudos dos alunos é uma ação rotineira da fundação. Outra ação que se repete, há alguns anos, é a escolha de alunos monitores, pagos pela fundação, para auxiliar regularmente nas atividades da biblioteca. Premiações a campanhas e concursos são também práticas da fundação para cooperar com a biblioteca. Ela é o setor que mais tem merecido elogios dos alunos nos conselhos de classe realizados ao final de cada trimestre. Eles louvam a organização, os recursos e o atendimento. Ainda sensibilizados com o falecimento de Moacyr Scliar, em fevereiro de 2011, menos de um mês após sua morte, foi prestada uma justa homenagem ao ex-aluno. Em 23 de março, uma placa foi descerrada dando à biblioteca o nome de Moacyr Scliar. Na oportunidade, outro ilustre ex-juliano, o jornalista Flávio Tavares, presidente do Grêmio Estudantil Júlio de Castilhos em 1952, e colega de Scliar, enviou uma mensagem lida na solenidade. Nela ele dizia: “…uma biblioteca é sempre uma festa. E, mais ainda, quando leva o nome de alguém como Moacyr Scliar. A direção do colégio, ao dar o nome de Moacyr Scliar à biblioteca, faz com que ele retorne às salas de aula em que forjou a têmpera que o levou a ser o que foi – um grande escritor, homem íntegro e inimitável figura humana”. * Matéria de Ricardo Chaves publicada no portal GaúchaZH no dia 22 de março de 2019 (colaborou com o texto Neiva Otero Schäffer, Secretária da Fundação de Apoio ao Colégio Estadual Júlio de Castilhos)
Scliar Lido Por Amigos | Leda Lúcia Camargo lê trecho de “Na Noite do Ventre, o Diamante”

Graças à diplomata Leda Lúcia Camargo, “Na Noite do Ventre, o Diamante” foi um dos títulos de Moacyr Scliar traduzidos para o sueco. Embaixadora do Brasil na Suécia em 2012, Leda, logo após a morte de Moacyr, pediu para Judith Scliar, esposa do escritor, os direitos autorais da obra para viabilizar a tradução no país e, dessa forma, homenagear a memória do querido amigo. E é justamente um trecho desse romance que ela escolheu para ler no nosso projeto Scliar Lido Por Amigos. Confira essa e outras leituras também no site oficial dedicado ao escritor: www.moacyrscliar.com. ***** SOBRE “NA NOITE DO VENTRE, O DIAMANTE”: Na pequena aldeia judaica no sul da Rússia, a cada sexta-feira, na festa do Shabat, a cena se repetia na casa de Itzik Nussembaum. Esther, sua mulher, apresentava ao marido e aos dois filhos o dedo anular – segundo ela, apenas um dedo feio e maltratado em mãos feias e maltratadas – e, num gesto reverente, solene, orgulhoso, colocava nele o velho anel da família. Que tem um belíssimo diamante engastado. SOBRE LEDA LÚCIA MARTINS CAMARGO: Natural de Porto Alegre, é formada em Ciências Jurídicas pela UFRGS. Cursou Direito Internacional Público e Privado na Academia de Direito Internacional de Haia, e Direito Público na Universidade de Paris. Diplomata, comandou as embaixadas do Brasil em países como Suécia, Moçambique e República Checa. De volta a Porto Alegre, também esteve à frente do Escritório de Representação do Itamaraty no Rio Grande do Sul (Eresul).
Scliar Lido Por Amigos | Fábio Prikladnicki lê crônica de “A Nossa Frágil Condição Humana”

Jornalista e crítico de artes cênicas no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, Fábio Prikladnicki participa da série Scliar Lido Por Amigos recuperando uma crônica de “A Nossa Frágil Condição Humana”, coletânea de textos escritos por Scliar sobre o povo judeu lançada em 2017, integrando a programação de comemorações em homenagem aos 80 anos do escritor. Valeu pela participação, Fábio! ***** SOBRE “A NOSSA FRÁGIL CONDIÇÃO HUMANA”: Neste volume de crônicas, o leitor encontrará a sensibilidade de Moacyr Scliar a serviço da cultura, história e memória do povo judaico. Com a honestidade intelectual que lhe é característica, Scliar alia suas aspirações políticas a uma afirmação radical da tolerância. O médico e escritor contrapõe sua reflexão desapaixonada à barbárie dos fatos, mirando sem rodeios uma defesa fervorosa da paz, tão esclarecedora quanto necessária em nossos tempos. SOBRE FÁBIO PRIKLADNICKI: Jornalista e doutor em Literatura Comparada na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. É setorista de artes cênicas do jornal Zero Hora, em Porto Alegre (RS). Foi coordenador do curso de extensão em Crítica Cultural da Universidade do Vale do Rio dos Sinos, em São Leopoldo (RS). Já participou dos júris do Prêmio Açorianos de Teatro, do Troféu Tibicuera de Teatro Infantil (ambos da prefeitura de Porto Alegre) e do Prêmio Braskem em Cena no festival Porto Alegre Em Cena.
Scliar Lido Por Amigos | Gabriel Oliven lê trecho de “Max e os Felinos”

O jornalista Gabriel Oliven conhece de perto a carreira de Moacyr Scliar não só por ser irmão de Judith, com quem Moacyr foi casado durante 45 anos, mas porque também, ao lado da irmã, idealizou, em 2014, a exposição “O Centauro do Bom Fim” sobre a obra do escritor. Entre os tantos livros de Scliar que Gabriel admira, o escolhido para a sua participação na série Scliar Lido Por Amigos é “Max e os Felinos”, publicado originalmente 1981! Confira! ***** SOBRE “MAX E OS FELINOS”: O alemão Max, um garoto sensível, cresceu sob a severidade de seu pai que sempre lhe incutiu medos e inseguranças. Envolve-se, mais tarde com Frida, esposa de um militar Nazista, o que faz que tenha que abandonar o país. Em meio a viagem de barco, é obrigado, graças a um naufrágio, a dividir o pequeno espaço de um barco com um imenso Jaguar, um felino que sempre lhe aterrorizou. SOBRE GABRIEL OLIVEN: É formado em jornalismo pela PUC-RS, com pós-graduação em Comunicação Empresarial pela Universidade Candido Mendes. Foi repórter e chefe de reportagem no jornal O Globo, Editor de Política e Economia no jornal O Dia, diretor de Comunicação Social da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro. Atualmente, trabalha como coordenador-geral da Lupa Comunicação. Ao lado da irmã Judith, foi, em 2014, um dos idealizadores da exposição “O Centauro do Bom Fim”, sobre a obra de Scliar, que atraiu um público de mais de 100 mil pessoas.
Scliar Lido Por Amigos | Judith Scliar lê “Os Leões”, conto de “O Carnaval dos Animais”

Além de dividir 45 anos de sua vida com Moacyr Scliar, Judith Scliar também tinha o privilégio de ser a primeira leitora dos trabalhos assinados pelo escritor. Especializada no ensino de inglês médico, ela relembra “O Carnaval dos Animais” na série Scliar Lido por Amigos. A obra, publicada pela primeira vez em 1968, voltou recentemente ao mercado com uma edição comemorativa assinada pela L&PM. ***** SOBRE “O CARNAVAL DOS ANIMAIS”: Coletânea de contos onde Moacyr Scliar usa como ponto de partida sugestões provenientes do cotidiano e próximas das vivências do escritor e do leitor, “O Carnaval dos Animais” chegava pela primeira vez às livrarias há exatos 50 anos, no dia 11 de novembro de 1968. O livro, que marcou a entrada de Moacyr no mercado editorial, utiliza a cidade de Porto Alegre como o cenário da maioria de suas histórias. SOBRE JUDITH SCLIAR: Professora especializada em inglês médico, Judith Scliar foi casada com Moacyr durante 45 anos. Ao longo desse tempo, foi sempre a primeira leitora das obras do escritor. Mãe do Beto (fotógrafo oficial do Moacyr), e avó da Bárbara, Judith também trabalha atualmente com a preservação do legado do autor, coordenando diferentes ações, eventos e produções de conteúdo para site e redes sociais.
Scliar Lido Por Amigos | Paula Taitelbaum lê trecho de “O Exército de Um Homem Só”

Um dos livros mais célebres de Moacyr Scliar, “O Exército de Um Homem Só” tem sido recordistas de leituras na série Scliar Lido Por Amigos. E quem reinterpreta esse clássico de Moacyr Scliar no vídeo dessa semana é a escritora Paula Taitelbaum. ***** SOBRE “O EXÉRCITO DE UM HOMEM SÓ”: É considerada uma das obras de ficção mais importantes produzidas pela Literatura Brasileira na década de 70. Nela, Scliar nos apresenta ao leitor o Capitão Birobidjan, destemido herói de um novo mundo, fanático pregador de utopias e um solitário e esperançoso navegador de um mar de indiferenças. Em sua saga, a ficção é envolvida por uma atmosfera fantástica, onde o solitário protagonista surpreende constantemente com seu louco humanismo e seus mágicos sonhos. SOBRE PAULA TAITELBAUM: É escritora, publicitária, produtora cultural e jornalista. Pela L&PM, já publicou títulos como “Sem Vergonha” (1999), “Mundo da Lua” (2002), “Porno Pop Pocket” (2004) e “Ménage à Trois” (2006), que reúne seus três primeiros livros, entre eles, “Eu Versos Eu” (1998), sua obra de estreia. Em setembro de 2013, lançou seu primeiro livro infantil “Palavra Vai, Palavra Vem” no qual, além de ser responsável pelos textos, também ilustrou a obra com colagens.
Scliar Lido Por Amigos | Abrão Slavutzky lê trechos de “Uma Autobiografia Literária”

O psicanalista e escritor Abrão Slavutszky escolheu não apenas um, mas vários trechos de uma obra de Moacyr Scliar para a sua participação na série Scliar Lido Por Amigos. O livro escolhido é “Uma Autobiografia Literária – O texto, ou: a vida”, que mistura uma antologia de grandes momentos da carreira do escritor com uma autobiografia. Para ilustrar sua admiração pelo amigo, Slavutszky lê passagens bem humoradas e comoventes da obra, como vocês podem conferir no vídeo abaixo! Obrigado pelo depoimento, Abrão! ***** SOBRE ABRÃO SLAVUTZKY: É médico pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre e psicanalista com formação em Buenos Aires. Escreveu livros como “Psicanálise e Cultura”, “Para início de conversa” (com Cyro Martins), e “Quem pensas tu que eu sou”. Foi organizador de “A paixão de ser: depoimentos e ensaios sobre a identidade judaica” e coorganizador, com Daniel Kupermann, de “Seria trágico… se não fosse cômico”, entre outros. Desde 2001 é colaborador do jornal Zero Hora. SOBRE “UMA AUTOBIOGRAFIA LITERÁRIA – O TEXTO, OU: A VIDA”: Mistura autobiografia – a opção paralela pela medicina, o acidente de carro que quase o matou – com uma antologia de grandes momentos da carreira de Scliar, seja como romancista, contista ou cronista. O livro ainda apresenta textos raros, alguns escritos ainda na adolescência de Moacyr. Afinal, como nasce um artista (neste caso, da palavra)?